Recentemente estive observando um personal trainer enquanto ele trabalhava, na academia de ginástica em que frequento. Já conversei com alguns a respeito, e penso em experimentar, inclusive, sobretudo porque, apesar de gostar de praticar atividades físicas (natação, pilates, dança, treinamento funcional, por exemplo), tenho a consciência de que preciso inovar para conseguir me manter praticando algumas outras em específico (musculação, principalmente).
O personal trainer entraria exatamente aí. Além de avaliar a minha condição física no momento atual, acompanharia a minha evolução ao longo das atividades e me proporcionaria o estímulo necessário para continuar. É claro, dentre outras coisas! Por favor, se você é personal trainer e gostaria de enumerá-las, deixo aqui o convite e o espaço aberto para fazê-lo! Mas, chegando ao ponto que me suscitou reflexão, como psicóloga, coach e consultora em desenvolvimento de pessoas, não pude deixar de, guardadas as devidas particularidades, fazer um comparativo.
Digamos que o coach pudesse ser visto com o um “personal trainer” também. O foco, nesse caso não seria o físico, mas talvez o próprio “cérebro”. Ou a forma de pensar, digamos assim. O processo de coaching funciona como um desafio às formas a que se está acostumado a fazer as coisas. Um desafio ao estado atual, buscando estabelecer estratégias para alcançar um estado desejado. Trata-se também de um trabalho individualizado e especializado, que exige do profissional uma formação adequada, aperfeiçoamento contínuo, experiência e responsabilidade.
O foco de ambos é o cliente, o seu foco, a sua motivação, os seus objetivos, as suas necessidades. Enquanto o personal trainer está voltado para aspectos relacionados ao físico, o coach (de vida, carreira ou executivo) está voltado para o alcance de metas e potencialização de novos e melhores resultados. Ambos podem atuar juntos, inclusive, se a meta do cliente for alcançar melhores resultados e melhor desempenho enquanto atleta e/ou praticante de determinada categoria de exercício, ou mesmo se a sua meta estiver relacionada a melhores resultados em termos de medidas e aspectos corporais.
Ainda assim, é possível visualizar o coach como personal trainer do cérebro de pessoas que estão buscando ir além em aspectos da sua vida profissional, das competências que precisam desenvolver para evoluírem na carreira, para fazerem evoluir a sua equipe e/ou a sua empresa. Tal qual o personal trainer, o coach acompanha os passos do cliente (seja esse um indivíduo ou um grupo – SIM, pode ser um grupo! – em breve mais novidades sobre isso), estando sempre ao seu lado para apoiá-lo e motivá-lo no seu processo.
Por outro lado, o coach não oferecerá orientações nem dirá ao cliente o que fazer, muito menos elaborará por si próprio o plano de ação dele. O seu papel, nesse caso, é proporcionar com que o próprio coachee enxergue novos caminhos e desenvolva novas possibilidades para chegar lá. Afinal, quando o cliente chega às próprias conclusões e, através de um processo sistemático e estruturado, consegue encontrar as próprias respostas e definir as ações que ele mesmo irá realizar em prol da sua meta, o seu comprometimento é certamente e incomparavelmente muito maior.
De todo modo, em ambos os casos, trata-se de um investimento em si mesmo. Logo no primeiro encontro o cliente irá sentir a diferença de ter um coach e não ter (assim como quem tem um personal trainer, com certeza). O acompanhamento de um profissional também proporcionará o alcance mais rápido e seguro de resultados duradouros, assim como o estímulo constante e a possibilidade de elaboração de novas metas. Vale ressaltar, entretanto, a importância de se buscar profissionais reconhecidos pela sua ética, formação e respeito ao cliente, a fim de garantir a segurança de não se estar praticando (seja atividade física ou coaching de vida/carreira/executivo individual ou em grupo) de maneira inadequada e que possa desestruturar e prejudicar mais do que contribuir para o crescimento e alcance dos objetivos.
O fundamental, portanto, é buscar um profissional indicado e reconhecido pela sua competência, com quem você possa estabelecer uma relação de empatia e extrema confiança, e se sinta suficientemente à vontade para partilhar suas dificuldades, desafios e comemorar as pequenas e grandes vitórias. Desde modo, você verá que poderá ir muito mais longe. Afinal, caminhar juntos pode ser muito mais leve, produtivo e divertido também! Pense nisso e experimente!